Victor Castillo – 2º Ano de Teologia

Novos ministros_11Uma cerimônia pervadida de graças deu-se na Igreja do Seminário, quinta-feira, 29 de julho. Trata-se da instituição de 21 novos acólitos da Sociedade Clerical Virgo Flos Carmeli. Todos alunos ou ex-alunos no Instituto Teológico São Tomás de Aquino (ITTA). A cerimônia, animada pelo coro e orquestra do Seminário, foi presidida pelo sacerdote espanhol Pe. José Luis de Zayas y Arancibia, EP.
A liturgia assim reza, “recebe o pão para a celebração da Eucaristia e proceda de tal modo que possa servir dignamente a mesa do Senhor e da Igreja”. Cada candidato apresentava-se ao celebrante e, recebendo a hóstia sobre a patena respondia: “Amém”.
Esta cerimônia precede a ordenação diaconal e presbiteral e constitui aqueles que a recebem como “acólitos”. O acolitado é um ministério concedido pela Igreja constituindo para “servir ao altar e auxiliar o sacerdote e o diácono. Compete-lhe principalmente preparar o altar e os vasos sagrados, bem como distribuir aos fiéis a Eucaristia, da qual é ministro extraordinário” (Instrução Geral sobre o Missal Romano – IGMR, 65).
É denominado ministério, pois de modo diferente à ordenação diaconal e sacerdotal, não imprime caráter sacramental como a ordem, mas confere àquele que a recebe uma função delegada junto ao altar, o que redunda em graças especialíssimas no serviço litúrgico da Igreja.
Antigamente, o acolitado era a mais alta das chamadas “ordens menores”, após o hostiarato, o leitorado e o exorcistado. O subdiaconato, durante muito tempo foi considerado o primeiro grau das “ordens maiores”, seguindo-se-lhe o diaconato, o presbiterato e o episcopado.
Nos primeiros tempos da Igreja, a função do acolitado era distribuir a Eucaristia aos ausentes, por doença, ou aos presos, pela perseguição religiosa dos imperadores. O dever do acólito também era apresentar aos sacerdotes o sancta, ou seja, as oferendas.
Com a Carta Apostólica em forma de Motu Proprio “Ministeria Quaedam”, o Papa Paulo VI, na década de setenta, reformou as “ordens menores” e as “ordens maiores”. Eliminado o subdiaconato, e agrupado o diaconato, o presbiterado e o episcopado numa única categoria de ordens, todas estritamente sacramentais, que passaram a ser chamadas de “Ordens Sagradas”, conservaram-se das “ordens menores”, apenas o leitorado e o acolitado, ressaltando seu carácter de função delegada – não sacramental – ao denominá-las “ministérios instituídos”.
As duas maiores novidades da reforma, entretanto, consistem na instituição do diaconato permanente e da disponibilização dos ministérios (tanto o leitorado quanto o acolitado) para leigos, mesmo os que não aspiram ao sacerdócio ministerial. De todas maneiras, e assim como o esclarece o Código de Direito Canônico, o candidato deve ter idade e qualidade moral conforme as normas estabelecidas pela Conferência Episcopal (Cân. 230, §1).
Juridicamente, compete ao Bispo a celebração desta cerimônia, embora muitas vezes aconteça ser realizada por um delegado seu, tal como na administração do sacramento do Crisma. No caso dos institutos clericais de vida consagrada e das sociedades clericais de vida apostólica, quando são de direito pontifício, esta faculdade compete aos superiores maiores das mesmas. Sendo a Virgo Flos Carmeli uma Sociedade Clerical de Vida Apostólica de Direito Pontifício, cabia ao seu Superior Geral conceder os ministérios. Todavia, não podendo estar Monsenhor João Clá presente naquela cerimônia, delegou esta faculdade ao Pe. José Luis de Zayas, pois alguns ex-alunos do ITTA, mestrandos e doutorandos em Roma, não poderiam receber este ministério em outra data, devido ao iminente retorno às aulas.
Os jovens que o leitor contempla na foto, são oriundos de países como: Japão, Vietnam, Paraguai, El Salvador, Nicarágua, Espanha, diversos estados do Brasil, como São Paulo, Minas, Paraná, Pernambuco e Ceará. Preparam-se agora para receber o diaconato em vistas ao sacerdócio. Rezemos por estas vocações!!! Assim como a juventude é o futuro de uma nação, estarão também eles incluídos naqueles que farão parte do porvir da Santa Igreja no mundo e no Brasil.

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