Padre Luís Henrique EP

A evangelização pode variar conforme as diversas circunstâncias de tempo, lugar e cultura, mas em síntese, podemos dizer com o Papa Paulo VI (1975) que a evangelização compreende o testemunho de vida, o anúncio explícito, a liturgia da palavra, a catequese, a utilização dos meios de comunicação social, o contato pessoal, os sacramentos e a religiosidade popular.

Não podemos esquecer que o principal e o maior serviço que a Igreja oferece ao ser humano é comunicar-lhe a Boa Nova, convidando-o a participar da vida Divina, iluminando, desta forma, toda a realidade humana.

Evangelizar é a missão central da Igreja e de todos os crentes. De acordo com o decreto “Ad Gentes” de Paulo VI (1965) sobre a atividade missionária da Igreja, toda a Igreja é missionária. A obra de evangelização é um dever fundamental do Povo de Deus. Nessa linha, nada mais claro que a afirmação de São Paulo na primeira carta aos Coríntios: “Anunciar o Evangelho não é glória para mim, é uma obrigação que me é imposta; Ai de mim, se não evangelizar!”. ppVI

Tarefa de todos

De acordo com a 3ª Conferência Geral do Episcopado Latino americano, a missão evangelizadora é de todo o povo de Deus. Esta é uma vocação primordial, sua identidade mais profunda. É sua felicidade. O povo de Deus como todos seus membros, instituições e planos existe para evangelizar. Precisamos escutar, com renovado entusiasmo, o mandato do Senhor: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”.

Por isso, cada casa pode tornar-se escola do Evangelho. Em qualquer lugar o cristão deve fazer resplandecer sua luz a fim de que quem passe próximo possa encontrar a fé. A Igreja deve despertar essa consciência e tornar capazes e crentes as testemunhas.

Evangelizar em profundidade

Na própria 3ª Conferência Episcopal Latino americana, citada acima, se chegou a conclusão de que a evangelização deve orientar-se à formação de uma fé pessoal, adulta, interiormente formada, operante e constantemente enfrentada com os desafios da vida atual nesta fase de transição.

E isso importa evangelizar “não de maneira decorativa, como aplicando um verniz superficial, mas de maneira vital, em profundidade, e isto até suas raízes – a cultura e as culturas do homem”.

Tullio Faustino (BERETTA, 1995) acentua que são sujeitos da Evangelização – como Cristo seria – todos os homens de todos os tempos, de todos os lugares, de todas as condições… de qualquer raça e idade, de qualquer mentalidade e em qualquer situação.

Evangelização Cristocêntrica

O evangelho é uma notícia, e uma notícia boa. Mas não é somente isso. De acordo com José Prado Flores (1993, p.7), o Evangelho é o anúncio alegre de algo que já sucedeu: “a salvação integral do homem e de todos os homens, realizada pela morte, ressurreição e glorificação de Cristo Jesus. A proclamação está baseada em um feliz anúncio: Jesus já nos salvou!”.

Na 3ª Conferência Episcopal Latino-americana, foi visto que é dever nosso anunciar claramente, sem deixar dúvidas ou equívocos, o mistério da encarnação: tanto a Divindade de Jesus Cristo, tal como professa a fé da Igreja, como a realidade e a força de sua dimensão humana e histórica.

Ainda nesta conferência, ficou claro que, durante a evangelização, nós “não podemos desfigurar, parcelar ou ideologizar a pessoa de Jesus Cristo, nem fazer dEle um político, um líder, um revolucionário ou um simples profeta, nem reduzir ao campo meramente privado Aquele que é o Senhor da história”.

Portanto, evangelizar significa comunicar a todos os povos o plano de salvação desejado pelo Pai, realizado pelo Filho, difundido e anunciado pelo Espírito Santo por meio da Igreja.