Felipe Rodrigues – 3º ano teologia
O cérebro humano continua sendo um mistério para os maiores médicos e cientistas do mundo. O Le Monde, de 22/04/10, noticiou que uma jovem croata, de 13 anos, entrou em estado de coma, no qual permaneceu apenas por vinte e quatro horas. Após ter recuperado a consciência estava falando alemão correntemente. Passou então a se comunicar em língua germânica e não mais croata, respondendo a todas as perguntas que lhe eram feitas num alemão muito elevado para uma moça de sua idade e de seu nível de aprendizagem. A jovem iniciara seu estudo de alemão havia pouco tempo, mas era muito dedicada. Além disso, assistia a uma televisão alemã.
De fato, estudos recentes mostram que a percepção, a memorização e a utilização de informações procedentes do mundo exterior são, em sua maioria, efetuadas de maneira não consciente.
Afirma-se que dentro de algum tempo o desenvolvimento de certas tecnologias permitirão aos pesquisadores compreender melhor as capacidades funcionais do cérebro humano, mas isso é apenas hipótese.
Esta notícia nos conduz a algumas interrogações: Como se explica que o homem, com todo desenvolvimento tecnológico de nossos dias, não é capaz de se conhecer inteiramente a si, nem dominar as questões concernentes ao seu cérebro? Não deveria o avanço das ciências, como proclamam desbragadamente, levar-nos até lá???
Deus deu ao homem incontáveis dons e possibilidades intelectivas para que este as desenvolvesse de maneira a chegar mais facilmente a seu Criador. Vemos, entretanto, que estes dons são utilizados muitas vezes com objetivos divorciados de sua finalidade.
Ora, toda faculdade se destina a uma finalidade específica, e só alcança a plenitude de seus efeitos quando atinge esta mesma finalidade. Portanto, quando desviada dela, produz um efeito muito inferior a seu potencial.
Que dizer então de nossa sociedade? Haverá alguma semelhança entre nossas babéis modernas e a Jerusalém Celeste? Cantarão os Anjos músicas como as nossas? Tem ela, entretanto, uma vantagem sobre todas as épocas passadas: “Quando me sinto fraco, então é que sou forte. Pois é na fraqueza que se demonstra toda a força de Jesus Cristo”, diz São Paulo. E o mesmo apóstolo também nos diz: “Onde o pecado foi grande, a graça foi superabundante”. O que não será desta mesma humanidade quando se abrir para receber à voz da Graça? Quais não serão os frutos que sairão de suas mãos? E que maravilhas não se produzirão quando isto acontecer.
Talvez, desta forma, possamos compreender-nos melhor, uma vez que perscrutar os insondáveis mistérios do cérebro se revelam particularmente difíceis, e responder a questões tão ou mais delicadas como: Quem somos, de onde viemos, o que aqui fazemos, para onde vamos, que sentido dar a esta nossa breve existência terrena…
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