José Luís de Melo Aquino – 3º Ano Teologia
Acordes de Händel, Palestrina e Corelli foram executados pelo Coro e orquestra do Seminário São Tomás de Aquino em homenagem ao Arcebispo Dom Jean-Louis Bruguès, Secretário da Congregação para a Educação Católica. O concerto se deu nesta segunda-feira, dia 8 de novembro, na igreja do Seminário.
Após a entrada do cortejo e a execução da Ave Maria de Franz Schubert (1797-1828), o Revmo. Pe. Pedro Morazzani Arraiz, EP, Vigário Geral de Virgo Flos Carmeli, Reitor do Seminário São Tomás de Aquino e maestro do coro e orquestra saudou o ilustre Arcebispo da Cúria Romana manifestando a intenção “agradecer as magníficas conferências sobre ‘a Veritatis Splendor e a Teologia moral hoje’, onde se comprovou a clareza, o espírito de síntese e a profundidade características do conferencista”.
Ressaltou também que a divisa episcopal escolhida por Dom Bruguès exprime as qualidades de oratória típicas de um Arcebispo, dominicano e francês: “Vossa glória é a minha sabedoria”.
O Reitor do seminário recordou ainda que o Fundador dos Arautos do Evangelho afirmava que “o espírito católico havia penetrado no povo francês até as últimas capilaridades, a tal ponto que a França, foi e sempre será chamada ‘a filha primogênita da Igreja’. Por esta razão, realizou em plenitude o mandato de Nosso Senhor Jesus Cristo: Ide e evangelizai (Mc 15, 16). Em consequência, a graça, o charme, até mesmo a natureza, enfim, tudo na França é revestido do espírito católico”.
“Através deste concerto” – salientou – “queremos agradecer as magníficas conferências, e sobretudo a mútua consonância entre Mons. Bruguès e os Arautos do Evangelho. Este concerto visa manifestar a glória de Deus que é a nossa sabedoria. Muito obrigado Monsenhor pela sua sabedoria que é um reflexo da glória de Deus”.
Após estas palavras foram executadas obras instrumentais e corais de Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1524), Arcangelo Corelli (1653-1713) e Georg Friedrich Händel (1685-1759).
Após o concerto, Dom Jean-Louis Bruguès concluiu o evento com um elegante e profundo pensamento:
“Quero pedir aos Querubins e Serafins evocados, na última música da obra “Dettingen Te Deum” de Händel, que não se retirem e permaneçam mais um tempo entre nós.
“Conta-se que o Cardeal Ratzinger tinha o hábito diário de tocar piano forte durante cerca de duas horas. Não sei se é verdade, mas si non è vero, è bene trovatto. Todavia, posso assegurar o fato de que, certa vez, durante alguns trabalhos especialmente intensos da Comissão Teológica Internacional, o mesmo Cardeal Ratzinger narrou-me um pensamento da autoria de um protestante alemão, Karl Barth:
“Quando o céu quer comemorar uma festa a Deus pai, os Anjos cantam as músicas compostas por Johann Sebastian Bach (1685-1750), pois é o mais profundo e religioso dos compositores. Quando os anjos querem festejar entre si, tocam composições de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), enquanto Deus filho os escuta com a porta entreaberta”.
“Prolongando esta História, poderíamos acrescentar que a Igreja militante é confiada especialmente à terceira Pessoa da Santíssima Trindade; e segundo foi afirmado em uma das conferências, há uma necessidade de desenvolver a teologia Ocidental do Espírito Santo na mesma linha da teologia Oriental, associando-O especialmente à beleza”.
“Além disso, a Nova Evangelização, conclamada por João Paulo II e sempre estimulada por Bento XVI, não é senão o anúncio do Evangelho nas sociedades secularizadas. Cabe à Igreja Universal ditar os princípios da Nova Evangelização, enquanto à Igreja particular, e em consequência aos senhores, aplicar os meios.
“Pelo que pude ver nestes dias, tudo que sois e fazeis está plenamente consonante com a Nova Evangelização. A beleza que se encontra em todas as artes, na arquitetura, na pintura e na decoração, está de modo particular na música. Arte imponderável e misteriosa que nos toca no mais íntimo do coração. Esta é certamente a arte humana mais sublime e adequada para manifestar o Espírito Santo enquanto associado à beleza.
“Creio que a divisa (a vossa glória é a minha sabedoria) evocada há pouco, bem poderia ser a vossa divisa, como a divisa de Händel, o compositor do retorno do exílio, o músico da glória. Por isso, imagino que o Espírito Santo o escuta com ouvidos especialmente atentos.
“Agradeço o convite de vir ao Brasil. Além disso, encorajo-os a prosseguirem com o que fazem e com o que são. Espero encontrar-vos outras vezes aqui, ou em Roma, a capital da Igreja Universal”.
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